Como tem sido costumeiro, e cada vez mais frequente,a União Europeia tem trabalhado para fazer com que as empresas com sede fora do seu eixo atendam à risca as regras de proteção de dados da Europa. O cerco se fechou às gigantes norte-americanas Facebook e Google, recentemente, que já passam a sentir a pressão de ministros para se adaptarem às questões impostas pelo governo.
Entretanto, governos permanecem divididos quanto a questão, principalmente no que diz respeito sobre como essas regras de privacidade devem ser aplicadas em companhias que operam por todo o bloco.
Regras mais rigorosas após revelações de espionagem
Assim, os rigores com o qual as empresas de internet Google e Facebook têm sido tratadas é um primeiro passo, de tantos outros futuros, para implementar um pacote de reformas que visa enrijecer a solidez da privacidade dos seus usuários, ainda mais após as revelações de espionagem que o governo norte-americano foi acusado de fazer em diversos países – europeus, inclusive.
Tudo indica que as revelações, vazadas pelo ex-agente norte-americano Edward Snowden em meados do ano passado, seguem, ainda, em uma fluência de conseqüências, tanto ao governo estadunidense quanto às suas companhias que operam tanto em solo norte-americano quanto em outros países, como é o caso de empresas de internet como o Facebook e o Google.
“Todas as companhias operando em solo europeu têm de seguir as regras europeias”, categorizou a um grupo de repórteres a Comissária de Justiça da União Europeia, Viviane Reding, em uma reunião em Luxemburgo, na qual ministros entraram em consenso sobre a questão, também apoiada pelo Tribunal de Justiça da UE.
Divisão de opiniões atrasa implementação da lei
Mas que as medidas de segurança tomadas pela Europa não assuma os contornos e sílabas de uma caça às bruxas com os Estados Unidos. Afinal de contas, a Vodafone, segunda maior operadora de telefonia móvel do mundo, e com sede no Reino Unido, também teve a extensão do monitoramento de chamadas telefônicas em países europeus, provando que as regras de privacidade não se limitam, somente, aos Estados Unidos.
O pacote de reforma das regras, aprovado pelo Parlamento Europeu em março deste ano, tem dividido opiniões no próprio governo da União Europeia e sofre, por consequência, os atrasos para que se torne, enfim, lei. Dessa forma, não se tem uma definição literal sobre o caso, que segue nesse contraste entre urgência em adaptar empresas às novas regras e a legislação que torne a medida realmente efetiva, o quanto antes.